Paulo, o apóstolo, não era nem um pingo preocupado com a autoestima
brega do Evangelho da Autojuda!
Por Gutierres Fernandes Siqueira
Eu quero recomendar duas matérias divulgadas nesta semana pelas principais revistas do país.
1.
A revista Época publicou em seu site um maravilhoso artigo da ativista e ex-parlamentar Ayaan Hirsi Ali, de 42 anos, que nasceu de uma família muçulmana na Somália e emigrou para a Holanda. Produziu o filme Submissão (2004), sobre a repressão às mulheres no contexto islâmico.Ela afirma em seu livro Nômade: do islã para a América (Companhia das Letras) que ao ver a violência de Osama Bin Laden se convenceu que a visão de mundo preta e branca dos mulçumanos e o valor da jirah eram um mal.
No texto, a ativista mostra que o mundo ocidental ignora um fato óbvio: a cristofobia dos países mulçumanos. Muito se fala de islamofobia da Europa, mas o silêncio é estrondoso sobre a perseguição aos cristãos nos países islâmicos do Oriente Médio, Ásia e norte da África.
Entre as várias ideias do texto, Ali afirma:
2.
O pastor Silas Malafaia deu uma entrevista para as famosas páginas amarelas da revista Veja. Há muito a se comentar sobre as afirmações do senhor Malafaia, mas eu quero trazer para o debate aquilo que conceituou como Evangelho. Veja abaixo:
O repórter Pedro Dias Leite pergunta: “A que o senhor atribui o crescimento do número de evangélicos no Brasil?” e o Malafaia responde:
Eu destaquei em negrito a afirmação do Malafaia. É uma afirmação trágica. Como pastor se esperava uma resposta pastoral, mas a própria resposta mostra o conceito de Evangelho na cabeça do Silas Malafaia. É um outro Evangelho.
O Evangelho do Malafaia é autoajuda. É um Evangelho de dicas de “como viver essa vidinha movida pelo cartão de crédito”. É um Evangelho que vê a Bíblia não como “a revelação de Jesus Cristo”, mas sim como um manual prático, ou seja, o maior livro de autoestima do mundo. É o Evangelho que nunca viu a cruz, mas sempre consulta o modo mais pragmático de alçancar os sonhos da classe média emergente. É um Evangelho que não tem Cristo como centro, mas sim os desejos de consumo dos homens.
Consumir, sonhar, desejar uma vida melhor... Não há nada de errado com isso, mas Cristo não morreu por nós para que tivéssemos um Celta ou um apartamento de 50 metros quadrados. O Evangelho do Malafaia é estranho ao Evangelho de Cristo.
A Cristofobia ignorada e o Evangelho da Classe C
Eu quero recomendar duas matérias divulgadas nesta semana pelas principais revistas do país.
1.
A revista Época publicou em seu site um maravilhoso artigo da ativista e ex-parlamentar Ayaan Hirsi Ali, de 42 anos, que nasceu de uma família muçulmana na Somália e emigrou para a Holanda. Produziu o filme Submissão (2004), sobre a repressão às mulheres no contexto islâmico.Ela afirma em seu livro Nômade: do islã para a América (Companhia das Letras) que ao ver a violência de Osama Bin Laden se convenceu que a visão de mundo preta e branca dos mulçumanos e o valor da jirah eram um mal.
No texto, a ativista mostra que o mundo ocidental ignora um fato óbvio: a cristofobia dos países mulçumanos. Muito se fala de islamofobia da Europa, mas o silêncio é estrondoso sobre a perseguição aos cristãos nos países islâmicos do Oriente Médio, Ásia e norte da África.
Entre as várias ideias do texto, Ali afirma:
Deveria ficar claro, a partir desse catálogo de atrocidades, que a violência contra os cristãos é um problema importante e pouco denunciado. Não, a violência não é planejada centralmente ou coordenada por alguma agência islâmica internacional. Nesse sentido, a guerra mundial contra os cristãos não é nem um pouco uma guerra tradicional. É uma expressão espontânea de uma animosidade anticristã por parte dos muçulmanos que transcende cultura, região e etnia.Leia o artigo completo no site da revista Época neste link.
2.
O pastor Silas Malafaia deu uma entrevista para as famosas páginas amarelas da revista Veja. Há muito a se comentar sobre as afirmações do senhor Malafaia, mas eu quero trazer para o debate aquilo que conceituou como Evangelho. Veja abaixo:
O repórter Pedro Dias Leite pergunta: “A que o senhor atribui o crescimento do número de evangélicos no Brasil?” e o Malafaia responde:
O Evangelho não é algo litúrgico, para ser dissecado em um culto de duas horas. A grandeza do Evangelho está no fato de ser algo, que pode ser praticado. A Bíblia é o melhor manual de comportamento humano do mundo. As igrejas evangélicas têm pregado uma mensagem de grande utilidade para a vida das pessoas também depois do culto. Esse é o grande segredo. De que adianta eu fazer o meu fiel ficar duas horas dentro de um templo se, quando aquilo acaba, nada muda nas relações dele com a família, com o trabalho e na vida social? Nós pregamos uma mensagem que condiciona a prática da pessoa no seu dia a dia. Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância". Ele fala da vida terrena nessa passagem. Entre os católicos, quem mais se aproximou de nós, evangélicos, nessa maneira de encarar a pregação foi o movimento carismático. Os padres carismáticos católicos adotaram uma maneira de pregar que os pastores já utilizam há mais de quarenta anos. Os pastores são muito eficientes não apenas em atrair mas também em manter seu rebanho, não? Sim. Quando uma pessoa se diz católica e alguém pergunta qual foi a última vez que ela foi à igreja, uma resposta comum é que isso ocorreu há vinte anos, quando fez a primeira comunhão. Entre os evangélicos, o fiel mais desligado vai responder que comparece aos cultos pelo menos duas vezes por semana, que dá o dízimo e faz a oferta.
Eu destaquei em negrito a afirmação do Malafaia. É uma afirmação trágica. Como pastor se esperava uma resposta pastoral, mas a própria resposta mostra o conceito de Evangelho na cabeça do Silas Malafaia. É um outro Evangelho.
O Evangelho do Malafaia é autoajuda. É um Evangelho de dicas de “como viver essa vidinha movida pelo cartão de crédito”. É um Evangelho que vê a Bíblia não como “a revelação de Jesus Cristo”, mas sim como um manual prático, ou seja, o maior livro de autoestima do mundo. É o Evangelho que nunca viu a cruz, mas sempre consulta o modo mais pragmático de alçancar os sonhos da classe média emergente. É um Evangelho que não tem Cristo como centro, mas sim os desejos de consumo dos homens.
Consumir, sonhar, desejar uma vida melhor... Não há nada de errado com isso, mas Cristo não morreu por nós para que tivéssemos um Celta ou um apartamento de 50 metros quadrados. O Evangelho do Malafaia é estranho ao Evangelho de Cristo.
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