Na cidade de Betânia um acontecimento reúne dezenas de pessoas. Lázaro, irmão de Marta e Maria, após dias de sofrimento, morre. Um mal repentino acometeu o amigo amado de Jesus em um momento em que Este estava a três quilômetros de distância, em Jerusalém.
Tão logo as irmãs de Lázaro percebem a
gravidade do estado de saúde do irmão, enviam um
mensageiro até Jesus. Marta e Maria acreditam que Jesus virá correndo
para salvar Lázaro da morte. As irmãs se revezam nas idas e vindas à
porta, olham para o caminho, na esperança de saudarem Jesus e festejarem
a cura de Lázaro. Não dormem a noite, somente oram para que Jesus
chegue a tempo, o que não acontece. Ficam frustradas, teria Ele
esquecido? Abandonado os amigos?
A vontade de
Marta e Maria é de que Jesus esteja em Betânia, a dos discípulos,
de que Jesus não saia de Jerusalém, porque os judeus procuram matá-lo.
Discípulos amedrontados, amigos desolados, e Jesus convicto da direção
de Deus. Após receber o aviso da doença de Lázaro, permanece ainda por
dois dias em Jerusalém.
Mesmo
distante, Jesus sente quando Lázaro da o último suspiro, ao que diz: “Lázaro, o nosso
amigo dorme, mas vou desperta-lo do sono” Jo 11:11. Testemunhas de
vários milagres de ressurreição, os discípulos não entendem a declaração
de Jesus, sobre o sono de Lázaro: “Então Jesus disse-lhes claramente:
"Lázaro está morto; e folgo por amor de vós, de que eu lá não estivesse,
para que acrediteis, mas vamos ter com ele” Jo: 14-15”.
Impressiona-me
o fato de ninguém cogitar a ressurreição de Lázaro. Em
Betânia, Jesus tenta “arrancar” alguma declaração de fé, mas tudo que
ouve são reclamações, lamento, choro. É como se Ele não estivesse
presente. Jesus chorou (Jo 11:35) . Sempre imaginei Jesus chorando
silenciosamente, quase discretamente, seu olhar fixo no túmulo de
Lázaro, sua face e seus lábios imóveis. Mas não. Jesus chorou alto.
Como? Isso mesmo, todos ouviram a voz de Jesus em seu choro profundo.
“Jesus moveu-se muito
em espírito e pertubou-se” (v 33 e 38). Movendo-se embrimaomai; Strong
1690: derivado de em, “em”, e brime, "força”. A palavra é usada para
exprimir irritação, para indicar uma fala ou ação com sentimento
profundo e para repreensão severa.
Como poderia Ele
mover-se com força e irritação e chorar mansamente? Ele se
compadece do sofrimento das irmãs, da comoção dos judeus ali presentes!
Jesus brada com muita força para que a morte deixe Lázaro! E é
justamente isso que diz o texto Bíblico: “Clamou com grande voz: Lázaro,
sai para fora” Jo 11:43. Aquele lugar estremece, é sacudido pela unção
que quebra o jugo da morte, do seu amigo, amado. Aleluia!
A passagem Bíblica de João 11 é rica em
lições, tantas que renderiam um livro, mas quero me ater ao fato de
Jesus ressuscitar Lázaro, estando este quatro dias na sepultura.
“Ressuscitando Lázaros”
De Julho a Dezembro de 2002, estive
gravemente doente da visão, uma infecção no olho direito. Fiquei
distante da família, perdi o emprego, enfrentei olhares assombrados, o
silêncio de Deus e a dúvida: “Por que será que isso está acontecendo
comigo”? Por que Deus não me ouve? A verdade é que Ele nunca havia me
abandonado. Sua resposta não veio na hora que eu queria, mas na hora
certa, quando estive pronta para receber. O sofrimento me fez refletir
sobre o sentido da vida, me conduzindo a Cristo Jesus. Sou grata porque
Jesus "ficou em Jerusalém" alguns dias, enquanto eu implorava por
socorro em "Betânia".
"Foi-me
bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" Sl 119:71
O silêncio de
Deus, não significa abandono, significa
“Propósito”. Se existe algo pelo qual estamos clamando e ainda não vimos
resultado, confiemos no Senhor, Ele jamais desampara seus amigos, os
que amam Sua presença e anelam por ela, como Marta e Maria. Jesus
considera nossa fraqueza, as irmãs de Lázaro, temeram, ficaram
desoladas, cheias de dúvidas, mas Jesus veio aleluia! E quando Ele vem
tudo se transforma! Nem mesmo a morte, o mais terrível mal da
humanidade, nos afasta desse Amor, ela não tem domínio sobre os filhos
de Deus.
“Eu sou a
ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá”
Jo 11:25.
Não sei quanto tempo mais Lázaro viveu, após ter
sido ressuscitado por Jesus, tudo que sei é que seu testemunho salvou e
continua salvando vidas no mundo inteiro. E tudo porque Jesus “chegou
atrasado”. Podemos achar que Ele está atrasado para resgatar situações
ou pessoas “da sepultura”, mas Ele jamais erra à hora.
A maior declaração de fé em toda a história da
Ressurreição de Lázaro foi feita por Marta, ao retirar a pedra do
sepulcro. Ela não obedeceu a sua vontade, nem a dos judeus presentes,
que acenavam com a cabeça negativamente, dizendo: “Não Marta, não tire a
pedra, ele está morto, já fede”! Ela quase acredita na mentira, nos
murmurinhos nascidos nas trevas da incredulidade. Mas venceu, tão
somente porque olhou para Jesus e confiou em Sua Palavra.
“Não te hei dito que, se creres, verás a
glória de Deus”? Jo 11:40
Que
nós, a semelhança de Marta, removamos “a pedra do
sepulcro” e confiantes em Cristo, autor e consumador da nossa fé,
prossigamos certos de que Sua vontade é sempre para o nosso bem. A
Ressureição de Lázaro era a alternativa improvável, impossivel para os
que vivenciaram a dor da família enlutada. Todos duvidavam, até que
uma semente de fé germinou no coração de Marta, ela creu contra a
multidão e viu a glória de Deus. Que assim seja conosco. Soli Deo
Glória.
Wilma Rejane
Baseado em João Cap. 11
Bíblia de Estudo Plenitude.
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