O Apocalipse é em verdade a
revelação dada por Cristo que abre o entendimento para todos os demais
livros da Bíblia. Todavia, como trata de profecias, ele revela de uma
forma especial as profecias do livro de Daniel. Podemos dizer que,
enquanto Daniel é a profecia, Apocalipse é a revelação. Assim, para que
tenhamos um melhor entendimento do livro de Apocalipse, é bom que
entendamos as profecias do livro de Daniel. Com este propósito,
estudaremos, na lição de hoje, o capítulo 2 de Daniel.
Iniciamos com uma leitura dos versos 1 a 25 desse capítulo:
“No segundo ano do reinado de
Nabucodonosor, teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e
passou-se-lhe o sono. Então, o rei mandou chamar os magos, os
encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei
quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei.
Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu
espírito. Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive
eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.
Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me
fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as
vossas casas serão feitas monturo; mas, se me declarardes o sonho e a
sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras;
portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação. Responderam segunda
vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a
interpretação. Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar
tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido, isto é: se não me
fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes
palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença,
até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me
podeis dar-lhe a interpretação. Responderam os caldeus na presença do
rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o
rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse
sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu.
A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar
diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens.
Então, o rei muito se irou e
enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia. Saiu o
decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a
Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos. Então, Daniel
falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que
tinha saído para matar os sábios da Babilônia. E disse a Arioque,
encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então,
Arioque explicou o caso a Daniel. Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu
designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.
Então, Daniel foi para casa e
fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, para
que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de
que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da
Babilônia. Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite;
Daniel bendisse o Deus do céu. Disse Daniel: Seja bendito o nome de
Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é
ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele
dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes. Ele revela o
profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a
luz.
A ti, ó Deus de meus pais, eu
te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora,
me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso
do rei.
Por isso, Daniel foi ter com
Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da
Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia;
introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.
“Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe
disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao
rei a interpretação.” Daniel 1:1-25
Resumidamente, a história que lemos
até aqui conta que o rei Nabucodonosor teve um sonho que o perturbou,
mas ao acordar não se lembrava dele. Desejoso de saber qual era o sonho e
o seu significado, consultou os seus magos e astrólogos, pedindo a eles
que lhe dissessem qual fora o sonho que ele esquecera e a
interpretação. Os magos disseram que não podiam contar ao rei qual fora
seu sonho. Então, o rei compreendeu que os magos e astrólogos que ele
consultava não tinham sabedoria do céu, mas de fato eram enganadores.
Chegou a dizer aos magos que em realidade percebia que eles preparavam
palavras mentirosas para lhe contar. Enfurecido com isso, o rei decidiu
matar os sábios. Todavia, havia entre eles homens tementes a Deus –
Daniel e seus companheiros. Estes oraram ao Deus do céu, e Ele deu a
Daniel o sonho do rei e a interpretação. Então, Daniel pediu uma
audiência com o rei, a qual lhe foi concedida. Continuamos a ler a
história na sequência do texto:
“Respondeu o rei e disse a
Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no
sonho e a sua interpretação? Respondeu Daniel na presença do rei e
disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem
astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus no céu, o qual revela
os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias.” Daniel 2:26-28
No texto acima, vemos que Daniel
disse ao rei que, por meio do seu sonho, Deus lhe havia revelado o que
iria acontecer nos “últimos dias”. O que significa a expressão “últimos
dias” na Bíblia? Para que tempo ela aponta? Para os últimos dias da
história da Terra. Em II Timóteo capítulo 3 o Senhor diz que haveria
tempos “difíceis” nos últimos dias. E não são tempos difíceis estes nos
quais estamos vivendo? Desemprego, roubos, assassinatos, aquecimento
global, injustiça social, todas estas coisas ocorrem em nossos dias, e
mostram que de fato vivemos nos últimos dias nos quais haveria tempos
difíceis. Portanto, quando vemos que o profeta Daniel foi inspirado a
dizer que o sonho do rei revelava o que ocorreria nos últimos dias,
entendemos que este sonho revelaria o que ocorreria nos dias nos quais
estamos vivendo. Assim, a interpretação da profecia interessa a nós
hoje. Prossigamos com a leitura do texto bíblico:
“O teu sonho e as visões da tua
cabeça, quando estavas no teu leito, são estas: Estando tu, ó rei, no
teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois
disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser. E a
mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais
sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se
fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.
Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era
imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.” Daniel 2:28-31
Daniel relata ao rei que ele havia visto em seu sonho uma “grande estátua”, e a aparência dela era “terrível”.
Já vimos que o sonho do rei revelaria o que ocorreria nos nossos dias.
No sonho, o profeta revela que o rei viu uma estátua. A estátua era o
símbolo que Deus escolheu para revelar o que ocorreria nos nossos dias. E
a Palavra revela que a “aparência” da estátua era “terrível”.
Isso mostra que, nos últimos dias, os dias nos quais vivemos,
enfrentaríamos, não tempos fáceis de bonança e prosperidade, mas tempos
difíceis, terríveis. guerras, fomes, tsunamis, terremotos em toda parte,
crises políticas e sociais que os jornais e a televisão relatam
diariamente mostram que os tempos atuais correspondem exatamente à
descrição da aparência da estátua dada na profecia: “terrível”. Seguimos
com a leitura:
“A cabeça era de fino ouro, o
peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze; as
pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro. Quando
estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a
estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. Então, foi juntamente
esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se
fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não
se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em
grande montanha, que encheu toda a terra. Este é o sonho; e também a sua
interpretação diremos ao rei.” Daniel 2:32-36
No texto acima, vemos que Daniel
descreveu a estátua que o rei viu em seu sonho. A terrível estátua era
feita por diferentes materiais, a saber:
Cabeça – Ouro | |
Peito e Braços – Prata | |
Ventre e quadris – Bronze | |
Pernas – Ferro | |
Pés – Ferro e Barro |
PARTE DA ESTÁTUA | COMPOSIÇÃO |
Cabeça | Ouro |
Peito e braços | Prata |
Ventre e quadris | Bronze |
Pernas | Ferro |
Pés | Ferro e Barro |
A seguir, o profeta Daniel começa a relatar qual é o significado de cada uma das partes da estátua que o rei viu no sonho:
“Tu, ó rei, rei de reis, a quem
o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória; a cujas
mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e
os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos
eles, tu és a cabeça de ouro.” Daniel 2:37 e 38
Notem que o profeta diz ao rei: “Tu, ó rei… tu és a cabeça de ouro”. Quem era o rei com qual Daniel estava falando? Os versos 27 e 28 revelam:
“Respondeu Daniel na presença do rei e disse:… há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser” Daniel 2:27 e 28
Daniel disse ao rei Nabucodonosor: “tu és a cabeça de ouro”. Nabucodonosor era rei de que nação, nesse momento? Em Daniel 1:1, encontramos a resposta:
“No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém” Daniel 1:1
Nabucodonosor era rei da Babilônia.
Sendo o rei, ele era o representante máximo do reino da Babilônia. Por
isso, ao interpretar o símbolo da cabeça da estátua, Daniel disse ao
rei: “tu és a cabeça de ouro”. A cabeça da estátua representava o reino da Babilônia, do qual Nabucodonosor era o rei. O profeta segue com a interpretação:
“Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu” Daniel 2:39
O texto acima mostra que o profeta
deixou claro para o rei que o reino de Babilônia não duraria para
sempre. Naquela época, Babilônia dominava todo o mundo conhecido de
então. Era um império mundial. Foi representada pela cabeça de ouro da
estátua. Mas, ao seguir com a interpretação dos símbolos, o profeta
declara que um reino “inferior ao teu”, ou seja, inferior a
Babilônia, levantar-se-ia. Quando olhamos para a figura da estátua vemos
que o que se segue à cabeça de ouro são o peito e braços de prata. A
prata é um metal inferior ao ouro. Nas competições atuais, a medalha de
ouro é dada ao primeiro lugar, enquanto a de prata é dada ao segundo.
Isso porque a prata é inferior ao ouro. Quando o profeta diz que um
reino inferior ao de Babilônia se levantaria depois dela, ele está se
referindo ao reino representado pela prata – ao peito e os braços da
estátua. Quem foi este reino que se levantou em lugar de Babilônia? A
Bíblia nos revela, no capítulo 5 de Daniel:
“Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém” Daniel 5:2
O capítulo 5 de Daniel nos relata uma história de Belsazar. O verso acima, falando dele, diz: “Nabucodonosor, seu pai”.
Mostra que Belsazar era filho, descendente de Nabucodonosor. Se ele, o
descendente de Nabucodonosor estava ainda no poder, no verso acima,
estávamos ainda no reinado de Babilônia. Nabuconodosor havia morrido, e
Belsazar, um descendente dele, estava no poder. Continuaremos agora a
ler o capítulo 5 de Daniel, e verificar o que aconteceu então:
“Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a
Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade… Tu,
Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que
sabias tudo isto. E te levantaste contra o Senhor do céu… Então, da
parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura… Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. …
PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas.” Daniel 5:18, 22-24, 26, 28
Referindo-se ao rei Belsazar, rei da Babilônia, a Palavra diz acima: “contou Deus o teu reino e deu cabo dele”. Este texto mostra que o reino de Belsazar chegara ao final. Em seguida, Deus disse: “dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas”. O Senhor mostra qual foi o império que assumiria o controle da Babilônia: “medo persa”, dos medos e persas. A Palavra termina dizendo:
“Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus… . E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino.” Daniel 5:30 e 31
O texto acima confirma que o rei da
Babilônia perdeu seu reinado, pois foi morto, e Dario, dos medos e
persas, apoderou-se do reino. Vemos, portanto, que o império de
Babilônia terminou e deu lugar aos medos e persas. O império medo-persa
é, portanto, aquele representado pela parte da estátua que se segue à
cabeça – o peito e braços de prata. E o profeta Daniel segue revelando o
simbolismo da estátua:
“Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.” Daniel 2:39
O verso acima mostra que, depois do império medo persa, se levantaria “um terceiro reino”. Este reino, segundo o relato acima, teria “domínio sobre toda a terra”.
Quem era esse reino que se levantaria em lugar da Medo Pérsia, e teria
grande domínio? Encontramos no próprio livro de Daniel a resposta:
“Eu tornarei a pelejar contra o
príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia…
Agora, eu te declararei a verdade: eis que ainda três reis se levantarão
na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que
todos; e, tornado forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino
da Grécia. Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio” Daniel 10:20; 11:2 e 3
O texto acima relata palavras do anjo Gabriel pronunciadas ao profeta Daniel. Nele, o anjo revela para Daniel: “Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas”.
Vemos então que, nesse tempo no qual o anjo está falando com o profeta
Daniel, está no poder o império Medo Persa – por isso ele diz que vai
pelejar contra o príncipe dos “persas”. Mas ele então diz: “saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Ele revela a Daniel que, em um tempo futuro, viria o príncipe da “Grécia”. Seria a Grécia o reino que substituiria o império Medo Persa? O anjo confirma isso, dizendo:
“eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto… empregará tudo contra o reino da Grécia”.
O anjo relata que haveria uma guerra entre o império Persa e a Grécia.
Quem seria o vencedor deste conflito? A resposta está nas palavras do
anjo que se seguem: “Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio”. Obviamente, este rei que se levantaria e reinaria “com grande domínio”
seria o vencedor do conflito. Daniel 2 esclarece que este reino,
vencedor do conflito, que reinaria com grande domínio era o terceiro
reino:
“e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.” Daniel 2:39
A Medo Pérsia foi o segundo reino –
o que se seguiu ao primeiro, representado pela cabeça de ouro –
Babilônia. Portanto, uma vez que a Medo Pérsia era o segundo reino, a
Grécia era o terceiro reino, que venceu a Pérsia na batalha e teve “domínio sobre toda a terra”, como disse o profeta Daniel no capítulo 2. O profeta ainda disse qual era o metal que representava o terceiro reino:
“e um terceiro reino, de bronze” Daniel 2:39.
Olhando para a figura da estátua à página 3
[atualizar esta informação], vemos que seu ventre e quadris eram de
bronze. Esta era a terceira parte da estátua. A Grécia representava,
portanto, a terceira parte da estátua – os ventres e quadris de bronze.
Na sequência do relato de Daniel 2, vemos que o profeta continua
interpretando o simbolismo da estátua:
“O quarto reino será forte como
ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas
as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.” Daniel 2:40
O texto diz que o quarto reino, ou seja, o que se seguiria à Grécia, seria como ferro e “esmiuçaria”. Esmiuçar significa reduzir a pó, moer. A Bíblia nos fala de alguém que seria moído:
“Certamente, Ele tomou sobre si
as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o
reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” Isaías 53:4- 5
Vemos que o texto acima fala de Jesus, Aquele que tomou sobre Si nossas enfermidades e nossas dores, e foi “moído” pelas nossas iniquidades. Quem foi o reino que por mão de seu governador traspassou e “moeu” a Jesus?
“Então, por isso, Pilatos tomou
a Jesus e mandou açoitá-lo. Os soldados, tendo tecido uma coroa de
espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de púrpura.” João 19:1 e 2
Pilatos e seus soldados estavam a
serviço do Império Romano. Roma foi o império de ferro, que crucificou
nosso Salvador por meio de seus soldados e governantes. Roma era o
império representado pelas pernas de ferro, que se seguiu à Grécia.
Seguimos com a interpretação do sonho em Daniel 2:
“Quanto ao que viste dos pés e
dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será
esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do
ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. Como os
artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim,
por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.” Daniel 2:41 e 42.
Após as pernas, vêm os pés da
estátua. Até aqui vimos que cada parte da estátua representa um reino
que se seguiu ao correspondente à parte anterior da estátua. O peito e
os braços de prata representam o reino que se seguiu àquele representado
pela cabeça. O quadril e o ventre de bronze representam o reino da
Grécia, que se seguiu ao reino representado pelo peito e braços – a Medo
Pérsia. As pernas representavam o reino que se seguiu à Grécia,
representada pelo quadril e ventre – Roma. Esta é a ordem da
interpretação da estátua. Cada parte dela representa o reino que se
seguiu ao reino representado pela parte anterior. Assim, os pés,
descritos por Daniel no texto acima, representam o reino que se seguiu
ao reino representado pelas pernas da estátua. Representam, portanto, o
reino que se seguiu ao império de Roma.
Daniel disse que os pés representam um “reino dividido”.
Até aqui, cada uma das partes da estátua era representada por apenas um
material – a cabeça era só de ouro, o peito e braços eram só de prata, o
quadril e o ventre eram só de bronze e as pernas eram só de ferro. Isso
era assim porque cada uma das partes representava um império mundial.
Um império só dominava todo o mundo conhecido. Já os pés da estátua são
feitos de dois materiais. O profeta diz: “Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro”. Os pés e os dedos dos pés da estátua eram de ferro e barro. Referindo-se a eles, o profeta diz: “será esse um reino dividido”.
A divisão de partes de ferro e partes de barro da estátua mostra que
eles representavam que, o reino que se seguiria ao representado pelas
pernas, Roma, não seria um império mundial como o foram Roma e os reinos
anteriores. Várias nações comporiam este reino. De fato, a história
conta que o império romano foi destruído pelas invasões das dez tribos
bárbaras da Europa, que eram:
|
Sabemos que a Europa sempre foi um
continente dividido. Suas diferentes nações nunca formaram um império
mundial. Tal como a profecia dizia, este foi um “reino dividido”. Falando sobre este reino, o profeta ainda disse:
“Como os artelhos dos pés eram,
em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino
será forte e, por outra, será frágil” Daniel 2:42
As palavras do profeta representam o
que era e é até hoje a Europa. Algumas nações da Europa são
consideradas potências, como o ferro, enquanto outras são mais fracas,
como o barro. Na tabela que mostramos a pouco, vimos que as tribos
bárbaras que destruíram o Império Romano deram origem a nações como
Inglaterra (ingleses), Alemanha (alemães) e França (franceses), que são
consideradas potências europeias, e deram também origem a outras nações,
como Suíça (suíços), Portugal (portugueses) e Espanha (espanhóis), que
não são consideradas potências – são países mais fracos. As nações
fortes foram representadas pelo ferro, enquanto as nações mais fracas,
pelo barro.
Vemos que a interpretação da
estátua de Daniel começou de cima para baixo, a partir da cabeça. Os
reinos que se foram sucedendo se seguiram em ordem. O império de
Babilônia, representado pela cabeça da estátua, iniciou-se no ano 605
a.C. (antes de Cristo); já Roma, o quarto império, representado pelas
pernas da estátua, ascendeu ao poder no ano 168 a.C., e perdurou até o
ano 476 d.C.. À medida que vamos descendo, interpretando as partes da
estátua, vamos avançando no tempo. Note que, até aqui, tudo o que o
profeta Daniel disse ao rei Nabucodonosor se cumpriu. A sequência de
reinos predita pela estátua foi fielmente cumprida pela sequência de
impérios que surgiram e dominaram a Terra. Veja o quadro abaixo:
CABEÇA DE OURO |
539 A.C – 331 A.C. VENTRE E COXAS = GRÉCIA
331 A.C – 168 A.C. PERNAS = IMP. ROMANO
168 A.C. – 476 A.D. PÉS = EUROPA NA SITUAÇÃO DE ROMA DIVIDIDA – 476 A.D. …
CORREÇÃO: é necessário efetuar uma
correção de datas históricas. O texto acima (no parágrafo anterior) diz
que o domínio romano iniciou-se em 128 a.C., entretanto, a figura acima coloca a data de 168 a.C.
Obs.: Há estudiosos que definem como
sendo o período de Babilônia como sendo 606 A.C. à 538 A.C. Coloco isso
para que vejam esta questão.
A exatidão do cumprimento dos
símbolos nos eventos que já se passaram nos dá a certeza, a fé de que os
eventos preditos relativos ao nosso tempo e ao tempo futuro se
cumprirão com a mesma precisão. É importante termos isso em mente ao
seguirmos com a interpretação dos símbolos vistos no sonho do rei em
Daniel 2, uma vez que, na sequência da interpretação, o profeta revela o
que ocorrerá no futuro próximo.
Analisando mais detidamente o
símbolo dos pés da estátua, podemos ver que há uma interessante conexão
entre a profecia de Daniel 2 e a de Apocalipse 17. Assim como estudamos
que a besta de Apocalipse 17 tinha dez chifres, os pés da estátua têm
dez dedos. Já sabemos que o livro de Apocalipse é uma revelação do livro
de Daniel. Assim, o símbolo dos dez chifres de Apocalipse 17 revela o
símbolo dos dez dedos dos pés da estátua de Daniel 2. Em Apocalipse 17, o
anjo assim explica os dez chifres:
“Os dez chifres que viste são
dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade
como reis, com a besta, durante uma hora.”Apocalipse 17: 12
Segundo o texto acima, os dez
chifres representavam dez reis que, em um futuro próximo, darão
autoridade à besta, o papa João Paulo II. Os dez chifres de Apocalipse
17 correspondem aos dez dedos da estátua. Se eles representam dez reis
que receberão reino por uma hora e entregarão o seu poder ao papa João
Paulo II em um futuro próximo (hoje estamos em 2007) [creio que o melhor
seria que esta data fosse suprimida], os dez dedos da estátua
correspondem a estes mesmos reis, os reis de uma Nova Ordem Mundial.
Falando destes dez reis, o profeta Daniel disse:
“Mas, nos dias destes reis, o
Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino
não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas
ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada
uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o
barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser
futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação.” Daniel 2:44 e 45
O texto acima mostra que, “nos dias destes reis”,
ou seja, nos dias dos reis representados pelos pés da estátua, algo
ocorrerá. Quem são os reis representados pelos pés da estátua? As nações
da Europa, como já vimos. Há quanto tempo elas já estão estabelecidas?
Há séculos. E o que disse o Senhor que ocorreria no tempo em que estas
nações estivessem estabelecidas, isto é, no tempo no qual nós vivemos? “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído”. Que reino é esse que será levantado em nossos dias? O profeta, falando deste reino diz:
“como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos” Daniel 2:44.
O reino que será levantado por Deus
nos nossos dias é um reino representado por uma pedra. Quem é
representado pela pedra? A Bíblia esclarece: “E a pedra era Cristo.” I Coríntios 10:4. Cristo é a pedra. O fato de Daniel ter visto a pedra ser lançada “sem auxílio de mãos”,
mostra que Cristo virá à Terra pela segunda vez, sem o auxílio do homem
– virá enviado por Deus, Seu Pai. Quando isso ocorrerá? “Nos dias destes reis”,
diz a profecia. Nos dias em que as nações da Europa já existirem. Já
estamos nestes dias. Estamos portanto, no tempo da segunda vinda de
Jesus. Cristo está voltando! A profecia ainda relata o que ocorrerá
quando Ele vier a esta Terra:
“esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro.” Daniel 2:44
Todas as partes da estátua foram
esmiuçadas, destruídas. As partes da estátua representavam, como
já vimos, os diferentes reinos que se levantariam nesta Terra, neste
mundo de pecado. Mas a pedra, Cristo Jesus, quando vier, destruirá todos
os reinos levantados neste mundo de pecado. Diz o Senhor:
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.” Isaías 65:17
Logo veremos o cumprimento destas
palavras. Pronto finalizará a história deste mundo de pecado. Logo Jesus
Cristo chegará a esta Terra pela segunda vez, para buscar aqueles que
se prepararam para encontrá-Lo. Está você preparado? Você já se entregou
sem reservas a Jesus? Já levou todos seus pecados a Ele? Ele está
desejoso de te receber, com misericórdia e perdão. Diz Ele: “o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”
João 6:37. Venha para Ele hoje, enquanto é tempo, entregue para Ele os
Seus pecados e siga a Ele, orando e estudando Sua palavra. Assim, Ele te
preparará, e você poderá recebê-Lo de braços abertos quando Ele chegar a
esta Terra.
Que Deus te abençoe.
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