O PESO DA CRUZ 18-06-2012
Já
era fim de tarde, o dia grande se aproxima... A noite seria a mais
longa de todos os tempos. Mesmo que não fosse novidade o que iria
acontecer comigo. Meu pai me enviou me dizendo como seria meu último dia
na terra. Mesmo assim era difícil.
Eu
sabia que a morte seria dolorosa, mas não tanto. Sabia que iriam rir de
mim, mas não aqueles que andaram comigo, que receberam de mim vida.
Alguns dos que ali estavam não me deixaram enquanto eu caminhava com
eles, quando tiveram fome não foram comprar, eu fui até eles e os dei a
comer, pão divino e físico. Não os deixei faltar amor nem milagres e nem
vida em abundância. Mas ali estava eu abandonado naquele lugar.
Pouco
tempo antes de ser preso fui traído. A traição nunca é boa, mas quando
se sabe que vai ser traído temos a idéia que será mais fácil, não é.
Quando vi aqueles soldados, que dor na alma. Eu sabia que já tinha sido
entregue por aquele que deveria estar ali comigo orando pelos meus
últimos momentos. Sabiam os meus amigos e seguidores que este momento
chegaria. Eu falava a eles todo o tempo, mas não me davam ouvidos,
queriam apenas o melhor de mim, não participar da minha dor.
Quando
me levaram para acusação, nem sabiam o que dizer, este é aquele diziam
uns, este é o que fazia isso dizia o outro. Mas acusação séria e formal
ninguém tinha. Mesmo assim não me deixaram ir. Fui preso injustamente,
ou justamente por querer salvar aqueles que me prendiam. Um dos meus
seguidores me disse um dia que morreria comigo. Mas ali não estava, e
nem sei para onde foram, pois quando os soldados chegaram e me prenderam
foi um correr-corre. E o medo que sobrassem para eles? Nesta hora
lembraram de suas famílias, amigos e cada um foi para o seu lado.
Passei a noite naquele lugar frio, fedido e que era o meu lugar por VOCÊ
que me lê neste momento. Ali começava minha morte, acusação sem justa
causa. E você ai solto quando deveria pagar por seus próprios pecados.
Mas escolhi dizer sim, afinal eu sabia que você não daria conta de pagar
seus pecados como deveriam ser pagos. - Com sangue. E só o sangue de um
sem pecados poderia dar fim há seus dias de pecador o transformando em
separado e limpo.
Foi-me
oferecido uma coroa, afinal todo rei tem a sua. Nada de brilhante
retirados com sangue de trabalhadores e pago em forma de escravidão.
Nada de pedras raras achadas por ricos empresários que nem sabe o que é
retirar uma pedra preciosa, muito menos trabalhá-la. A CRUZ CONTINHA
ESPINHOS, estes espinhos foram colocados para zombar do meu título,
dizer que eu não era nada, pobres homens perdidos. Não sabiam que cada
espinho que me entrava testa afora era seus próprios pecados que já
começavam a pesar sobre mim.
Enfim
os açoites chegaram, cada arma usada para me açoitar tinha um fim,
então apanhei da forma mais dolorida que se possa imaginar. Quando não
havia mais forças em meu corpo, bateram mais um pouco para que eu
provasse a eles quem eu era. Como saberiam se em seus corações não havia
espaço para a vida e sim a morte.
Quando
liberaram um criminoso para que eu pudesse ser preso, apenas cumpriram o
que meu pai havia ordenado, afinal jamais em seus corações saberiam o
que faziam, eram cegos em suas próprias cobiças. Não pararam para pensar
que aquele preso poderia gastar tempo para ser novamente preso, iria
atormentar suas famílias e amigos, ou eles mesmos estariam em perigo.
Mas não enxergavam nada, estavam cegos de prazer em me ver ser morto,
provando assim que estavam certos e eu sempre fui um impostor. O que não
sabiam era que os seus pecados não davam conta de mim, satanás estava
dizendo a eles que eu não era nada para poder dominar suas vidas.
A
cruz me foi oferecida como ponto final de todo aquele martírio. Como
era pesada, meu corpo doía todo. Não havia mais lugar sem feridas, o
sangue brotava em todo corpo, meus poros já não vertiam suor e sim
sangue. QUANDO AQUELA MADEIRA FOI COLOCADA NO MEU OMBRO, QUE VONTADE DE
DIZER CHEGA PAI, NÃO AQUENTO MAIS, ESTÁ SENDO MUITO DIFÍCIL. ONDE ESTÁS
QUE NÃO POSSO TE VER.
Quando
pedi que passasse de mim aquele cálice não estava sendo fraco, mas
expressava ao meu pai o quando sofria pelos SEUS pecados, por cada
resposta atravessada que você dá, por cada mentira contada, por cada
morte saindo de seus dedos, por cada droga que você vende ou consome.
Por cada minuto de sua preciosa vida que você jamais saberá o preço,
Pois, fui eu quem a pagou.
Ao
levar aquela cruz, você acha que um dos meus seguidores se ofereceu
para levá-la. Não, não mesmo. Cada um continuava no seu lugar, vi minha
mãe chorando, meus irmãos a ajudando sem nada poder fazer. Ela até que
poderia me ajudar, mas a mulher pouco importava naquele tempo, era como
se ela nem ali estivesse. Mas eu morria por isso também para depois
mulheres saírem queimando sutiãs dizendo serem elas a conquistarem
espaço na sociedade. Eu conquistei este espaço a vocês ali naquela cruz.
O único que carregou a cruz comigo o fez obrigado, mas não deixou de receber sua paga. Meu pai olhou por ele.
Quando
cada prego era pregado em minhas mãos e pés, não tem descrição da dor e
hoje ficam ai no mundo moderno fazendo livros, debatendo se foi no
pulso, na mão onde entraram os pregos. Eu sei onde foi, na minha carne,
para que a sua fosse limpa e remida. Foi na carne para que você pudesse
resistir as suas tentações, lançadas pelo meu inimigo satanás. Mas você
prefere dar lugar a ele que nada pagou por você.
“A
ti Senhor entrego o meu Espírito”. Acabou o meu tempo sobre a terra.
Meu corpo é deixado sem a vida física. A escuridão toma conta do local.
Meu pai me recebe no túmulo onde ficarei poucos dias. Ali será apenas um
local de espera, onde muitos poderão comemorar minha ida, mas não sabem
que voltarei ainda mais forte, pois irei para o meu pai.
Os
que caminharam comigo não sabiam o que fazer após minha morte, tive que
voltar a eles e os mostrar quem eu realmente era, nem sabiam o que iria
acontecer, não foi falta de avisar, lembrar repetir. Estavam cegos em
suas cobiças e desejos.
Talvez
você esteja os condenando e dizendo, está vendo nem os discípulos
sabiam quem era Jesus, andava com ele, mas não o conhecia? E VOCÊ me
conhece? Sabe quem sou e porque morri? Foi por você que hoje não deseja
que eu faça algo em sua vida para transformá-la. Quer ir onde há
abundancia de milagres, palavras bonitas, pessoas bonitas no altar que
em muitos lugares não são meus e sim de homens interessados naquilo que
lhes dão retorno financeiro. E vocês não vêm a mim para nada, eles são o
suficiente para enchê-los de engodo e lixo.
Jamais
saberão o quanto custou a mim Jesus Cristo o seus pecados, até que eu
volte e busque o meu povo, a minha igreja, lavada no meu sangue. Não
esta casa de prostituição cultual. Esta casa de aparatos lindos, mas são
como túmulos cheio de pintura só por fora, por dentro são mortos e mal
cheirosos. O meu povo dá a vida por mim como eu dei a eles. São
escolhidos por terem um coração aberto a minhas palavras. São como
ovelhas e não como bodes.
Hoje
sou vencedor, não porque conquistei fama no mundo, não por meu pai ter
sobre seu domínio todas as riquezas da terra. Ele é dono de ouro e prata
e basta apenas uma palavra sua e tudo muda de lugar. Mas eu além de ter
tudo isso comigo, venci junto ao meu pai a morte. Tenho a chave até do
inferno, nem satanás conseguiu dominar sua casa. Ele também está debaixo
dos meus pés.
Estou
preparando um lugar para meus irmãos, um lugar sem sofrimento onde
poderão passar a eternidade, uma palavra que muitos não conseguem pensar
por estarem com seus olhos voltados apenas para sua carne e seus
domínios. É como se ela não existisse. E é essa tem sido a mensagem
desde o Jardim do Edem quando Eva e Adão deram ouvidos a satanás.
Você
pode escolher seu caminho, aquele que preparei com sangue, lágrimas e
dor ou o de satanás que nada fez por você a não ser roubar, matar e te
destruir e te largar solto em seus delitos sofrendo sozinho a paga pelos
seus feitos. Te conto tudo isso hoje pois é sua última oportunidade,
pedirei a sua alma, o que tens a me dar?
Eu sou Jesus Cristo, venha a mim como estás...
Até a próxima...
Silvia Letícia Carrijo de Azevedo Sá
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